19 de outubro de 2017

Compota de Abóbora {num serão de Outono}


... e foi um belo serão :) aromático e deliciosamente...!  Doce...





O Outono chegou... e com tudo aquilo que tanto gosto !!
O dourado das folhagens como que pinceladas coloridas da mãe natureza...
Os seus frutos polposos tão propícios às conservas...
Os legumes... únicos, em que o verde é reinante. E ainda... os comeres de forno para os tempos frios que se aproximam.

Encurtam os dias, mas prolongam-se  os serões... que podem ser úteis e bem interessantes !!
Tarefas diárias ;)
Ler aquele livro que não se terminou nas férias :)
Tentar usar aquele comando do televisor, e sem sucesso :(

E conversar...?
- Deveria ser uma prática habitual...                       .                                                                     
Um trocar de ideias...  debater uma informação que se ouviu...  ou sei lá... talvez relembrar momentos alegres e pitorescos que foram tão proveitosos... até preparar compotas :) :)
Eu sei que não vivemos só de alegrias... mas elas são uma de fonte de energia para continuar esta caminhada... a que chamamos de vida.

Li, mas nem me lembro onde, que as mudanças tem duas carateristicas: a primeira mostra-nos o que está a precisar de ser renovado (estará usado) e a segunda: serve para estragar o que está novo, ou quase. 
Mas eu acho que há ainda uma terceira... aquela; em que um objeto que foi um pouco esquecido, ou por estar tão bem guardado... já nem sabe-mos, onde encontra-lo!!
Como mudei recentemente de residência: fui premiada com todas elas, mas a tal... que estaria tão bem guardada... APARECEU !!  Entre muitos e muitos livros.



Foi o presente que recebi da minha filha no dia da Mãe. Frequentava então a quarta classe (4º ano),  na década de 80. Foi algo de muito valioso... pela sua idade e por todo o amor e carinho que deixou gravado naquelas folhas...



E assim que estivemos todos juntos, filha e netas. Contei a descoberta. Lemos e relemos a história do circo!! Não foi ao serão... mas podia ter sido...


Foi este o meu presente do dia da Mãe. Um livrinho encadernado que a minha filha fez na escola. Um verdadeiro tesouro que guardo junto de outros, assim como os do irmão, também!
O livro contava uma história linda de uma  ida ao circo. Vinte páginas recheada de pormenores e que ficou destacado pela capacidade criativa de todo aquele cenário... e onde todos os animais e palhaços também tinham nomes... e eu... era a personagem principal da história.
Já o tinha lido anteriormente, mas não pude, deixar de mo comover.


E depois da história, já quase no final do livro, ainda escreveu nas  pequeninas folhas... alguns poemas seus.
Foi um momento único que não deixou ninguém indiferente!


                                        Vamos então conversar...  sobre Compota de Abóbora  

                 

Depois duma colheita, ofereceram-me duas lindas Abóboras-menina. Que logo reservei para esta compota. Já tinha tentado com outras Abóboras mas, com esta variedade obtive a Compota de Abóbora que  tanto gosto. Com pedaços quase perfeitos, firmes, e com um sabor único.
Esta será... aquela Compota de Abóbora a repetir !!





Estiveram protegidas do calor  e com pouca luz, para amadurecerem. Quase 30 dias.
Aqui poderão ver (mais ou menos) as variações do seu colorido.




Eis a maturação completa das nossas Abóboras.
E esta receita deliciosa, é de um senhor muito especial. Aqui,  podem encontrar o original.

Vamos então preparar a mise en place da nossa Abobora.
Lava-se e seca-se bem. Utilize uma faca com bom corte e relativamente grande, e pode cortar da que aqui se apresenta.






Como se pode verificar, temos aqui dois frutos que apesar de terem sido colhidos juntos, um delas já vinha com uma maturação mais acentuada. Define-se pela cor e pelo seu interior mais seco. Podendo ser cozinhados juntos sem haver qualquer diferença.








Retire a casca fina, evitando não trazer polpa verde, caso aconteça, retire-a após estar descascada  Corte depois, em pedaços regulares.




Nesta imagem, as fatias da Abóbora também manifestam a maturação do fruto. A que está em primeiro plano e da abóbora menos madura. Polpa húmida e sementes bem seguras, enquanto que a que se encontra atrás, está mais seca e quase sem sementes.




Ingredientes

1,500 kg. de Abóbora-menina já limpa, e cortada em cubos
1 kg de açúcar amarelo (usei branco)
1 vagem de baunilha aberta (não usei)
3 pauzinhos de canela
1 copo de vinho do Porto, usei um do Porto com 10 anos, (150ml a 200ml)
raspa de 1 laranja

Preparação

Coloque num tacho os cubos de abóbora, os pauzinhos de canela, a vagem de baunilha e a raspa da laranja.
Junte o açúcar amarelo. Regue com um bom copo de vinho do Porto. Leve a lume brando e deixe cozinhar, suavemente, por algumas horas. De vez em quando, mexa o seu doce com uma colher de pau. Deixe que o doce ganhe ponto e espesse. 
Retire a vagem de baunilha e os paus de canela. Guarde em frascos de vidro, hermeticamente fechados. 

Nota

Para complementar alguma duvida acerca da preparação do doce e limpeza dos frascos. Pode sempre recorrer a  estes blogs. 





Esta variedade de Abóbora possibilitou uma Compota em que os pedaços se mantiveram formados. Mas para que no final, não fique desiludida, tem que estar muito atenta para que o ponto do açúcar permita que tire os pedaços da Abóbora assim inteiros...  Nesta fase o ponto de açúcar está  muito perto de começar a açucarar e para que nada atrapalhe, mantenha dois pratinhos no congelador para ir verificando a calda. Assim que prender levemente retire a Abóbora. Se a calda não estiver em ponto de pérola (108º), leve ao lume mais alguns minutos e sempre numa temperatura muito baixa (2). Retire e verta a calda nos frascos sobre os pedaços da compota.
O tempo de cozedura é bem longo, mas o resultado justifica o esforço. de um pequeno serão...ou não !! 
Na placa e no numero 3, mantive a fervura muito lenta por de três horas.















8 comentários :

  1. Querida Rosa, é bem verdade que encontrar essas recordações não tem preço! E serões de conversa, em família, também não.
    Eu já fiz e publiquei, há três anos, esta receita do Manuel Luis Goucha e posso confirmar que é simplesmente maravilhosa!! Desde que a fiz, passou a ser a minha receita de doce de abóbora preferida. A tua ficou maravilhosa!
    Beijinhos

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  2. Magnífica! Ou não fosse a compota de abóbora uma das minhas favoritas! beijinhos

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  3. Oi Rosa
    Impossível olhar e não ficar com água na boca.Adoro doce de abóbora.
    O livro,realmente um tesouro a ser guardado.
    Beijos

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  4. Primeiro fiquei logo encantada com o caderno, que valiosa oferta essa que recebeu (e sabe sempre tão bem relembrar)! :) Depois encantei-me pela compota e pelas suas fotos. :) Beijinhos querida Rosa.
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  5. Adorei este post! A receita é a que faço, mas pico a abóbora em pedaços mais pequenos. É muito boa.
    Agora o livro... fiquei deveras encantada e emocionada! Eu identifico-me com essas atitudes!
    Beijinhos

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  6. Minha querida!
    Que inicio de post maravilhoso! Que caderno tão bonito, que história encantadora! :) Ainda bem que o encontraste! Há presentes mesmo valiosos! :)
    O doce de abóbora está óptimo... parece ter a consistência perfeita! Gosto de ter assim os pedacinhos! Deve ficar tão bom.
    Um beijinho

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  7. Essa compota está com um aspecto divinal! Hei-de experimentar :)

    MRS. MARGOT

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